Pancreatite aguda é a inflamação e edema do pâncreas. Como explica a Dra. Ana Zuccaro – especialista em gastroenterologia e endoscopia, tal doença pode se manifestar de forma leve ou grave e, em qualquer um dos casos, necessita de hospitalização. 

O principal sintoma da pancreatite aguda é uma forte dor no andar superior do abdômen, de início súbito, com irradiação em barra, associada a náuseas ou vômitos. Suas causas principais estão associadas ao uso de álcool, à presença de cálculos biliares, hipertrigliceridemia (triglicerídeos elevados), uso de determinadas medicações lesivas ao pâncreas ou autoimune. O diagnóstico é confirmado através de hemogramas, dosagem de enzimas hepáticas e pancreáticas, marcadores inflamatórios e exames de imagem, como a tomografia computadorizada. A produção de hormônios não costuma ser prejudicadas na forma aguda da doença.

Pancreatite crônica é a inflamação que se prolonga no tempo, de maneira constante ou intermitente. Como conta a Dra. Ana, esta forma de pancreatite pode prejudicar a fabricação de insulina e causar diabetes, além de redução das enzimas pancreáticas causando disabsorção e diarreia volumosa. O tratamento envolve um monitoramento constante da doença, com mudanças na dieta, bem como a utilização de medicamentos, enzimas pancreáticas e nutrição adequada, tratamento do diabetes, quando presente. Em casos mais graves, poderá ser indicada intervenção cirúrgica. Pancreatite autoimune é uma doença heterogênea na qual se instala um processo inflamatório com um acentuado infiltrado linfocitário associado à fibrose do pâncreas e disfunção do órgão. É dividida em tipo 1 – relacionado à imunoglobulina IGG4 é a manifestação pancreática de uma doença sistêmica fibroinflamatória que afeta vários órgãos – e tipo 2 – o qual não corresponde à elevação da IgG4 e costuma acometer apenas o pâncreas. O tratamento consiste na terapia esteróide para o tipo I, embora possa involuir espontaneamente, podendo ser associada a agentes imunomoduladores.